A criança agasalhada
vem para mim como
palavra jamais escrita.
Engatinha para meu
cercadinho onírico.
Sou só, figura posta
pendurada em seus ossos.
Corte ambulante a comer-se
olhando o bairro, o mundo:
máscaras carníferas
em linguiçais sem fim.
A mãe de seu menino
corta-lhe o cabelo, a
jovem mãe. Entro nos Correios,
só há lá outro velho. Eu
olho surpreso, atravessando
épocas, a goma arábica.
Preciso estar atento aos prazos,
pagar as multas, retribuir
o cumprimento do dono do bar.
Já não há dia para ser, a
sombra é fraca, o pensamento
muito junto ao osso.
Frida, a vertebral ajuda-me
a lembrar: dorflex, antes da casa, dorflex.
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