adriano menezes

Mútuo fátuo maçarico em chão preto


~
Mútuo fátuo maçarico em chão preto, último fogo que a terra houve de comer - antes tão intumescida, ora cuspidora desse vermelho bailarino e vingativo, de facas pro ar – o fígado exilado lê a madrugada de nossa ignorância a ofegar no sono triste dos insones, em fundo abismo incestuoso a trempe muscular a arder a pele. Mordo a nuca em meia bunda a arredondar o mundo. Rio espesso por novos veios escarraduras entorna em tez antionírica, corpórea e rude - entre a carne exposta e esticada no bambu de alma notívaga, infiel, ateia e governadora. Sem testemunhos que nos legitimem se há a manhã a acontecer as coisas, tristes morros ornam nestas mortes enfiados. Bichos de sangue grosso evadem por artérias quentes, tenras e o avesso vulcão. Há coxa delimitante e joelhos esfregando a gleba em beterrabas de rastros naturalizados, entanto, invisíveis aos pássaros sacros que voam fora do mundo a segunda natureza serrana do que éramos pregados ao calendário. Beijos houvera em vinte e cinco de março de dois mil e quinze, não se pode saber.
~

Nenhum comentário:

Postar um comentário