adriano menezes

ESTAÇÃO

'
guardadas na moldura
as pedras aguardam
o tremor, dormentes, as
que sobram pirambeiram

algo negro respinga
entre o ferro e o seu
primitivo natural

por baixo a terra é triste
e de um medo acostumado

a cicatriz sempre renovada
abraça distâncias
tolerando a prótese
para a força prevista, arrasadora

parece o próprio tempo é seu suporte

salvo a plataforma
ainda em espera
o sino sendo ainda
só silêncio e forma
entre pessoas
tudo é ferro e perda
pedra e pouco

mesmo à iminência
de minha máquina

(Os dias - Editora Scriptum - 2004)

Um comentário:

  1. Na estação infinda começa e termina minha saudade. Olho pra ela e acompanho o sinuoso arguir da próxima curva, fazendo ver a cidade que ficou pra trás ou que se aproxima ...

    q bom ti ler, menino, assim, no tempo e no espaço ...

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