adriano menezes

INFILTRAÇÃO



Febre entreposta, de um lado
memória , do outro o número
fora de área. A vida em camadas,
postiçagens  percebidas só agora,
à  iminência do desencontro final
e nada mais certo. No monitor
a face olha dura curtida e infiltrada.
O azulejo precedendo a carne
que vaza enquanto arrisco
diagnósticos para a longa     
noite que virá, sem remédio.
É mofo subindo as paredes
por dentro, ignorando
fórmulas novas e as fórmicas
espalhadas pela cozinha, diques
inúteis para conter o incontível.
Azulejos em verdes arabescos
fazendo fundo para vasos de barro,
úmidos, mofo e a sempre-viva.

Nenhum comentário:

Postar um comentário